Recentemente,
li na coluna Variedades do Diário Catarinense, “Tudo vira literatura: as
múltiplas facetas de Carlos Henrique Schroeder”.
Fiquei
realmente impressionado com o dínamo que é esse escritor e agitador cultural, o
Schroeder, a quem tenho a alegria de ter como amigo, ainda que, de momento,
virtual. Mas, certamente não faltarão oportunidades de nos conhecermos
pessoalmente.
Além
de escritor, ele é editor, curador, idealizador e produtor de eventos
literários, além de ministrar cursos de escrita criativa.
Schroeder
nasceu em Trombudo Central, no Vale do Itajaí e, na contramão do que
normalmente se espera da trajetória de quem lida com a literatura, por exemplo,
de que é preciso buscar os grandes centros para acontecer, Schroeder apostou e
continua apostando todas as suas fichas em Santa Catarina, investindo em
eventos literários em diversas cidades do Estado.
Fruto
dessa aposta, em Jaraguá do Sul, onde mora atualmente, idealizou e realiza hoje um
dos maiores festivais de literatura do Estado.
Diante
disso, nem sei consigo imaginar como ele conseguiu descolar um tempinho para
responder a algumas perguntinhas que a ele lancei à queima-roupa. Vamos a elas.
Erre:
Qual a importância da leitura em sua
vida?
Schroeder:
Uma respiração artificial. Ler não é
apenas um hábito ou um ritual para mim, e pode parecer forçado, mas é quase o
sentido da existência. Eu não consigo me imaginar sem meus filhos (serei pai
novamente) e sem meus livros.
Erre:
O que implica que o ato de escrever é?
Schroeder:
Inevitável, é uma necessidade. É muito
mais fácil não escrever, mas sou impelido à escrita, é latente.
Erre:
Especificamente, o que significa ser
lido?
Schroeder:
Esta é uma questão em que o escritor não
tem poder algum, pois ao escritor só pertence o terreno da escritura, aquele
momento entre ele e a tecla. O restante é mercado e marketing, o terreno de
outros profissionais, os agentes, editores, distribuidores e livreiros.
Erre:
Schroeder, onde cabe a crítica nesse
processo?
Schroeder:
Escritores são geralmente vaidosos e
rancorosos, e quando uma coisa interfere e contamina a outra, a crítica também
fica contaminada.
Erre:
E, em especial, o que significa ser criticado?
Schroeder:
É a regra do jogo. Colocou a obra na
rua, ela não te pertence mais, saiba levar as porradas.
As
obras de Schroeder e suas atuações, de momento
• O Publicitário do Diabo
(1998)
• As Sepulcrais (1999)
• A Ilha de Eros (2000)
• Dueto (2001)
• Reféns Subliminares
(2001)
• A Ilha Navegante (2003)
• A Rosa Verde (2005)
• Ensaio do Vazio (adaptado também para quadrinhos) (2006)
• As Certezas e as Palavras (2010)
• Idealizador da Feira do Livro de Jaraguá do Sul e do Festival Nacional do
Conto
• Editor de livros na Editora da Casa
• Vencedor do Prêmio Clarice Lispector 2010 da Fundação Biblioteca Nacional
• Um dos 21 autores selecionados pela Geração Zero Zero, do crítico Nelson de
Oliveira
• Bolsa Funarte de Criação Literária 2010
• Bolsa Petrobrás de Criação Literária 2012
• Absolut 2140
(romance coletivo)
• Documentais
(coletânea de crônicas publicadas no Suplemento Pernambuco)
• Antologia de literatura contemporânea brasileira a ser publicada pela editora
da fundacl será homenageado na Feira de Frankfurt.
[imagem: Foto: Charles Guerra / Agencia RBS]