terça-feira, 13 de agosto de 2013

A invenção de morel, Adolfo Bioy Casares



Um perseguido político da Venezuela refugia-se numa ilha do arquipélago, no oceano Pacífico. Lá, é surpreendido em sua solidão pela presença de um grupo de turistas. Entre eles está Faustine, por quem o refugiado se apaixona, indo ao encontro dela todos os finais de tarde para apreciar o pôr-do-sol. No entanto, um belo dia, ele vem a descobrir que ela (assim como todos os demais turistas) é apenas uma imagem da realidade, projetada por um aparelho receptor e emissor criado por Morel, o líder do grupo, no intuito de assegurar a eternidade num determinado paraíso terreno.
“Talvez toda essa higiene de não ter esperança seja um pouco ridícula. Não esperar nada da vida, para não arriscá-la; dar-se por morto, para não morrer. Subitamente, tudo isso me parece uma letargia espantosa, inquietíssima; quero que termine” (p. 31).
Borges, no prefácio nos ilude outra vez, ao tentar nos convencer de que o romance de Bioy está livre dos pendores da narrativa psicológica. Sim, trata-se fundamentalmente de um romance de peripécia, mas, inelutavelmente, embarca também, em várias passagens, nas características do primeiro gênero, muito questionado por Borges.
(trad. Samuel Titan Jr.) (Cosac Naify)

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