Se
é possível falar de um “documentário literário”, eis o caso dessa Crônica. Narrada por um amigo muito
próximo da vítima da história, Santiago Nasar, é uma colagem das memórias
traiçoeiras de diversas testemunhas, diretas ou indiretas, remembradas desde a
grelha interpretativa daquele que tomou para si a tentativa de compreender as
razões de subsolo de um assassinato cometido pelos gêmeos Vicário.
Como
uma linguagem de pendor jornalístico, temos uma descrição nua e crua, quase
naturalista, dos bastidores de um crime.
“A
cavidade abdominal estava ocupada por grandes coágulos de sangue, e entre o
lodaçal de conteúdos gástricos e matérias fecais apareceu uma medalha de ouro
da Virgem do Carmo que Santiago Nasar engolira aos quatro anos de idade.” (p.
99).
(trad.
Remy Gorga, Filho) (Record)
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