Trata-se de um romance de aprendizagem. Mas não de uma
aprendizagem que conduz de forma uniforme e retilínea em direção a um mundo
iluminado, sereno e feliz. Não.
Essa aprendizagem exige, em primeiro lugar, um
desaprender constante, um renascer desde as crostas impetuosas e duras de um
mundo em destruição.
O alvo é encontrar-se a sim mesmo para depois ver-se
incluído numa comunidade de sensíveis. Tal é o trajeto percorrido pelo jovem
Sinclair na companhia de alguns mestres que lhe ensinam sobre o mal e o bem,
Kromer, Demian, Beck, Beatrice, Pistórius, Knauer e, finalmente, Eva.
“Em suma, tudo não passa de uma questão de comodidade!
Aquele que acha mais cômodo não ter que pensar por si mesmo e ser seu próprio
juiz acaba por submeter-se às proibições vigentes. Acha mais simples. Mas há
outros que sentem em si mesmos sua própria lei, e consideram proibidas certas
coisas que os homens de bem perpetram a todo instante e permitem outras sobre
as quais recai uma geral interdição. Cada qual tem que responder por si mesmo”
(p. 81).
(Trad. Ivo Barroso) (Record)
Nenhum comentário:
Postar um comentário