sábado, 21 de setembro de 2013

Ficções, Jorge Luis Borges



Obra demiúrgica. Leitura imprescindível para qualquer leitor que anseia em conhecer mais acerca da traição permanente da linguagem literária, da incapturabilidade absoluta dos sentidos, de como as tramas das narrativas podem ser mais intrincadas e enredadas que o “safado comum” do “sarrafaçar” da vida cotidiana.
É uma obra dividida em duas partes: “O jardim de caminhos que se bifurcam” e “Artifícios”, que, somadas, apresentam 17 contos com pendor ensaístico, cuja inventividade ilude leitores noviços e malhados.
O que implica o não conformar-se com uma única leitura, pois a obra deve ser lida e relida até que as páginas estejam amarelecidas, para serem novamente reabertas e mais uma vez lidas.
No prólogo de O jardim, Borges revela:
Desvario laborioso e empobrecedor o de compor vastos livros; o de explanar em quinhentas páginas uma idéia cuja exposição oral cabe em poucos minutos. Melhor procedimento é simular que estes livros existem e apresentar um resumo, um comentário. Assim procedeu Carlyle em Sartor Resartus; assim Butler em The Fair Haven, obras que têm a imperfeição de serem também livros, não menos tautológicos que os outros. Mais razoável, inepto, ocioso, preferi a escrita de notas sobre livros imaginários.
(Trad. de Carlos Nejar) (Globo)

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